ATABAQUES, O POR QUE DELES? UMBANDA OU ESCOLA DE SAMBA?

Prezados Leitores!!!

Aqui postamos o artigo de nosso irmão de fé e também irmão carnal Welington, devido esse ser um assunto muito relevante e importante em nosso meio, pois sempre somos questionados sobre o uso do mesmo. 
Também queremos deixar bem claro que nosso intuito aqui não é atacar quem quer que seja principalmente o autor do livro Umbanda, o elo perdido, que inclusive temos um profundo respeito. Apenas o autor do artigo se utilizou de trechos do livro o qual sem duvida nenhuma é  uma obra muito valiosa para a Umbanda, pois realmente ensina e orienta fundamentos desta umbanda de todos nós.

Votos de muita luz

Wendell Ricardo
Sacerdote dirigente do Templo


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Um saravá fraterno a todos os irmãos de fé,

Resolvi falar e abrir sobre esse tema devido algumas duvidas, questionamentos que recebi de irmãos de fé no qual perguntaram sobre o uso do atabaque na Umbanda, dita como Esotérica, Preconizada por W.W. da Matta e Silva.

Então vamos lá tentarei dizer o melhor possivel sobre isso.

O atabaque é muito utilizado nos ritos de Nação, Candomblé, Umbanda Popular e por ai vai, que ao mesmo tempo vem ganhando espaço nos templos, terreiros, cabanas e choupanas de Umbanda que diga-se de passagem, seguir a linha preconizada e defendida por W.W. da Matta e Silva (Mestre Yapacani)

É fato sabido por muitos que Mestre Yapacani não se utilizava desse instrumento em seus rituais, principalmente para fins mediúnicos (lendo a literatura escrita pelo Mestre ele fala muito bem o motivo).

Agora vem a pergunta, por que aqueles que se dizem seguir os conceitos expostos, ou pelo menos em grande parte, por Matta e Silva agora deram para utilizar os atabaques em seus ritos públicos?

O Weliington é contra o uso desse instrumento? Não que eu seja contra, mais seu uso para fins de transe mediúnicos em giras públicas não era utilizado por nosso mestre de Raiz (Mestre Yapacani), ou alguém aqui vai dizer que esteve na gira de Pai Guiné e viu os tambores a plena ou parcial força por lá?

Então se eu sigo uma linha de transmissão, que vem de Matta e Silva e que passa por Mario Tomar, e que vem até mim e, nenhum de meus mestres ancestrais utilizavam desse instrumento em suas giras publicas porque eu vou utilizar agora?

E ainda falando sobre isso gostaria de colocar aqui uma parte de um trecho de um livro chamado “Umbanda, o elo perdido, de F. Rivas Neto no qual o mesmo na época era defensor nato da filosofia e tradição preconizada por seu Mestre e nesse trecho fala com maestria sobre o que é esse instrumento e se sua utilização e necessária.

É fato que o mesmo hj não mais é referencia  para a  RAIZ DE GUINÉ, e se utiliza dos ATABAQUES fato que não é novidade aqui para ninguem, mais o que vale aqui resaltar são as palavras e os conceitos colocados, e que seu autor até então na época era uma grande referencia em nosso meio.

Então vamos as palavras de F. Rivas Neto em seu livro Umbanda, o elo perdido, paginas 119 à 124 (OBS: Só peguei os trechos mais relevantes)

"Portanto, em sentido hierático, a musica dos Pontos Cantados, sem atabaques ou outros instrumentos, na ritualística de Umbanda, se refere à movimentação mágica, ou seja, movimenta forças sutis da natureza, atraindo ou afastando essa ou aquela força e, por contingência, essa ou aquela Entidade Astralizada...

Não citamos o atabaque, pois o achamos completamente dispensável, sendo desnecessário. Acreditamos que gradativamente, sem grandes transtornos e sem choques, os terreiros abolirão esse costume. Aguardemos...

É importante que se entenda que o atabaque não produz sons musicais, e sim ruídos. E por quê? Porque das 4 propriedades do som — duração, intensidade, timbre, altura — o som dos atabaques é destituído da propriedade altura. Essa altura refere-se ao som ser mais grave ou mais agudo.

Do atabaque ainda queremos ressalvar e ressaltar que o mesmo, juntamente com certos instrumentos esdrúxulos, não são usados nos Templos mais genuínos da Corrente Astral de Umbanda. Também informamos que o portentoso mano de Corrente, o Caboclo 7 Encruzilhadas, marco oficial da Umbanda, nunca pediu em seus rituais os atabaques. E até hoje os que o seguem, isto é, seguem seus fundamentos, não fazem uso dos atabaques. 

Mas, sabendo ser tudo assim mesmo, estamos na primeira fase de reimplantação ou do Movimento Umbandista, portanto tenhamos serenidade, mas iniciemos a segregação do joio ao trigo. Nessa primeira fase, procuramos chamar o maior numero de pessoas. no menor espaço de tempo possível. Essa é, em principio e ação objetiva, a fase de Ogum, fase atual do nosso Movimento".

Ai está...
Isso porque não estou com o livro Lições Básicas de Umbanda em mãos no momento, pois no citado livro o mesmo como (autor)  médico cardiologista que o é, informa até os maleficios que o citado instrumento provoca nas artérias coronárias e valvulas do coração devido a insitação anímica que o mesmo produz.

Faço votos que os irmãos de fé e adeptos da utilização desse instrumento não entenda esse artigo como um ataque direto ou indireto, apenas aqui vemos a oportunidade de expressar livremente o que acreditamos no que seja o certo. Nem todos acreditam nisso, mais não vamos mais mascarar nossos pensamentos e ensinamentos que tivemos ao longo de anos no que tange a Umbanda, ou simplesmente fazer de conta que esta tudo certo e se é assim é porque tem que ser assim. Negativo!! não será assim não, doravante estaremos publicando em nosso pequenino blog http://terradaluzdivina.blogspot.com.br/ nossos pensamentos referente ao meio.

Um profundo e sincero saravá fraterno a todos os irmãos de fé, com o axé da Raiz de Guiné, através do Welington (Ytaiaran)